Bruno Lessa fala sobre mobilidade urbana em Niterói

Seja de carro, de bicicleta ou de ônibus, quem trafega por Niterói sabe que a mobilidade urbana da cidade é um problema crônico! Pesquisa feita por um aplicativo de transporte, há dois anos, apontou Niterói como a cidade com o pior trânsito. Infelizmente, não há mais os famosos horários de rush. Parece que, aqui, qualquer hora é hora de engarrafamento. 
 
É fundamental que Niterói tenha um plano de mobilidade. Era para ter sido entregue em abril de 2018, mas a prefeitura não fez e, com isso, chegou a ficar impossibilitada de receber recursos em mobilidade. Foi salva, no entanto, por uma Medida Provisória do governo federal que adiou a obrigatoriedade do plano para 2022. O plano de mobilidade deverá ser muito bem discutido e tratar a cidade como única. Já basta de Niterói ser pensada como uma colcha de retalhos! Precisamos ter modais integrados e, o transporte clicloviário, por exemplo, tem que ser muito mais valorizado do que é hoje.
 
Ao longo das últimas décadas, alguns projetos de transporte foram feitos para a cidade, mas pouco foi colocado realmente em prática. Em relação ao transporte rodoviário a primeira coisa a ser feita e que vai ajudar a melhorar muito o trânsito é a hierarquização das linhas. Temos um problema sério de sobreposição das linhas. Há uma série de ônibus que passam pelas mesmas ruas e avenidas, como Roberto Silveira, Alameda São Boaventura, Feliciano Sodré, Praia de Icaraí, Mario Viana… causando um enorme engarrafamento. 
 
Outro ponto importante a ser considerado em relação ao transporte público é a bilhetagem eletrônica. É urgente a realização de uma licitação própria e em separado para a bilhetagem eletrônica de forma que, em quatro anos, 100% dos passageiros usem bilhete eletrônico para andar de ônibus, não mais dinheiro. Com isso, vamos acabar com o caixa 2 das empresas de ônibus que, inclusive, foi alvo de denúncia o meu mandato à Receita Federal após a CPI dos Ônibus.
 
Precisamos debater também o transporte de massa. Apesar de Niterói ser uma cidade com muitos recursos, é um transporte caro e que precisa de um sério estudo de viabilidade. Defendo que podemos buscar investimentos com agências internacionais de fomento para o estudo de viabilidade de implantação e de construção. A agência de fomento custeia o estudo a fundo perdido e, se houver viabilidade, o financiamento é feito com eles. 
 
O transporte aquaviário também tem que receber total atenção da gestão municipal. Há alguns anos a nova licitação para concessão das barcas tem sido adiada, mas deverá acontecer a qualquer momento. E, quando esse momento chegar, a prefeitura deverá estar preparada para conseguir uma melhoria concreta no transporte aquaviário para o cidadão niteroiense. Nossas tarifas de Charitas e Praça Arariboia para Praça XV são caras porque subsidiamos as outras rotas da concessionária, como Paquetá e Cocotá. No momento da concessão, deveremos agir para garantir melhorias.
 
Há muito a ser feito para melhorar a mobilidade de Niterói. Este é um tema pelo qual tenho muito interesse e, desde a presidência da CPI dos Ônibus, em 2013, meu primeiro ano como vereador, tenho estudado mais e mais. É possível melhorar e fazer com que os niteroienses passem tempo demais presos em ônibus e carros a caminho de casa e do trabalho. O transporte a pé e de bicicleta é uma realidade em nossa cidade e precisa de muito mais atenção.