Piso tátil quebrado na Transoceânica e no meio da ciclovia

Como morador da Região Oceânica, acompanhei bem de perto, nos últimos anos, as obras da Transoceânica. Foram mais de cinco anos de uma obra que já custou cerca de R$ 440 milhões aos cofres públicos e gerou muitas dores de cabeça – e no bolso – de moradores e comerciantes da região. 

Prevista inicialmente para custar R$ 310 milhões, a Transoceânica já ultrapassou em quase R$ 128 milhões seu orçamento, com aditivos e apostilamentos. Sempre disse que a obra do Túnel Charitas-Cafubá era importante para a cidade. No entanto, todo o restante, não.

Em vários pontos, o piso tátil, que serve como orientador para deficientes visuais, está solto, quebrado ou simplesmente não existe. Recebi diversas fotos. Numa delas, é possível ver que o piso foi retirado para algum reparo na calçado e, depois, não foi colocado mais.

Ciclovia da Transoceânica com um buraco no meio

A ciclovia também sofre com a falta de manutenção. Se os ciclistas não forem cuidadosos, correm o risco de se acidentarem por causa dos buracos na pista.

Aliás, o problema da ciclovia é ainda mais grave. O projeto original da Transoceânica previa a existência de ciclovias ao longo do corredor BHLS. No entanto, o que a prefeitura fez foi uma rota alternativa, nas ruas auxiliares, para as bicicletas, trazendo um impacto negativo para a circulação no trajeto do BHLS, uma vez que não há integração com os demais modais de transporte público. Com base numa denúncia do meu mandato, o MP instaurou inquérito civil para investigar as obras.

Há alguns dias, resolvi dar uma volta pelas estações. Em sete delas, apenas uma estava funcionando. Ou seja, de sete estações, SEIS apresentaram algum tipo de problema. O mais comum era na tela que existe em cada estação para mostrar o tempo de espera dos ônibus. “Em manutenção”, “Erro” ou simplesmente tudo apagado. Recebi muitas respostas de usuários indignados. Muitos relataram que, na maioria das vezes, essas telas não funcionam, e que quando funcionam, mostram o tempo errado.

Você sabia que cada estação da Transoceânica custou aproximadamente R$ 950 mil? Pois é, as estações, que contam apenas com uma cobertura que não protege bem as pessoas da chuva e com uma tela que não funciona, custaram aproximadamente R$ 950 mil CADA UMA.  

 

Infelizmente, é nítida a falta de manutenção na Transoceânica. E mais: é evidente o uso de material de qualidade duvidosa, vide o estado em que as calçadas se encontram menos de um ano depois da inauguração.

Dezoito aditivos e quatro apostilamentos depois – ou seja, R$ 128 milhões a mais – eu questiono: será que a Transoceânica funciona de maneira eficaz? Facilita realmente a vida do usuário? Ficam essas perguntas para que possamos refletir sobre quem cuida (ou diz cuidar) da nossa cidade.

Veja o vídeo que fiz falando sobre a Transoceânica: